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Brasília não pode mais sofrer com a triste história que tomou conta da alma de seu povo e das páginas policiais, durante os últimos governos. Nossas postagens tem compromisso com esse povo e com sua história.

sábado, 12 de novembro de 2011

O Drama de Brasília e o Lenço de Desdêmona

Amantes da Verdade,

                      Eis a minha opinião sobre o que está acontecendo em Brasília. As gangues que saqueiam a cidade desde sua criação não admitem ter perdido o poder. Derrubar o governo é a meta deles. Agnelo Queiroz é um homem honrado, tenho certeza. Jogo meu prestígio nisso. O artigo está a disposição no Globo País >> LINK: o globo.globo.com/pais/moreno
um abraço

                                                           Theófilo
                                                         
O Drama de Brasília e o Lenço de Desdêmona

Estudo o nazismo desde que era adolescente, e estou inteiramente convencido de que Adolf Hitler só foi possível – chegou e se manteve no poder – por causa de Joseph Goebels, seu ministro da propaganda, e a prática de seu famoso axioma: “Uma mentira repetida mil vezes é mais forte do que uma verdade”. E Goebels sabia plantar uma mentira na imprensa e fazê-la prosperar como ninguém.
O que está acontecendo em Brasília é prova de que o sinistro ministro tinha razão. A confusão no ministério do esporte e a queda de ministros no governo federal serviram de gancho para que as quadrilhas que governaram o Distrito Federal desde que a cidade ganhou autonomia política em 1991 – a exceção do governo de Cristovam Buarque – montassem uma operação extremamente bem orquestrada para paralisar o atual governo e derrubá-lo. E pior, estão fazendo que parte da imprensa séria caia na armação.
A tática Goebelsiana tem sido a de criar factóides diários, como se fossem fatos semelhantes ao do governo de José Roberto Arruda, e distribuí-los para a imprensa, para que a sociedade acredite que vivemos a mesma situação. Áudios, vídeos, depósitos bancários, pesquisas, subornos, pedidos de impeachment, qualquer coisa que possa lembrar os passos da queda de Arruda é martelado todos os dias para repetir 2010.
Os motivadores de tudo isso são as eleições municipais do ano que vem – mesmo que Brasília não tenha eleições – e o vilão de sempre: o dinheiro, a prostituta amarela. Brasília recebe dez bilhões de reais do fundo constitucional, e parte desse dinheiro sempre foi desviado pelos governos corruptos. Não é por acaso que Brasília é a única unidade da federação que teve quatro senadores afastados, Roriz, Arruda, Luiz Estevão e Paulo Otávio. Esses quatro, todos milionários, continuam atuando atrás das cortinas.
Na teia de armações, quando o atual governador Agnelo Queiroz trocou a estrutura da polícia civil, a imprensa de fora da cidade noticiou que se tratava de uma retaliação por conta da divulgação de um vídeo – inconsequente. Isso numa cidade em que todo mundo está grampeado. Como se a imprensa não soubesse: quem derrubou o governo Arruda foi Durval Barbosa, um delegado da polícia civil.
O DF tem a mais poderosa polícia civil do país. Dos quatro últimos presidentes da Câmara de Brasília dois eram policiais civis, e dos vinte e quatro deputados distritais, quatro pertencem à corporação. Quem deu a polícia essa força foi o Donatário Joaquim Domingos Roriz, o homem que (des)governou a cidade por quinze anos, deixando-a cheia de vícios e quase ingovernável. Roriz considera Brasília uma fazenda goiana pré-Kubitscheck de sua propriedade e não admite que ninguém a governe. E trabalha para trazer seus jagunços de volta.
Governador não é cargo de confiança, como ministro de estado, que pode ser afastado a qualquer momento, como querem fazer parecer. Comparo os fatos mostrados até agora, como prova de corrupção do governador de Brasília, ao lenço de Desdêmona, tal sua fragilidade. Para quem não conhece a tragédia de Shakespeare: foi por causa de um simples lenço nas mãos de outro homem, que fez com que Otelo considerasse prova de que sua esposa o traía, e a matasse por isso. Na verdade, Desdêmona era inocente, e por trás da trama estava Iago e uma trupe, trabalhando para destruir o ingênuo Otelo.
Dizer que devemos esperar pela decisão do Judiciário para esclarecer os fatos não é correto, já que nem eu e nem ninguém confia na justiça brasileira. Mas tenho certeza de que as coisas logo ficarão claras, e que as tramas serão desnudadas pela Polícia Federal e Procuradoria Geral da República, mesmo porque a política de Goebels funcionou por muito tempo durante uma ditadura brutal, mas não sobrevive numa democracia.
A verdade virá! E Agnelo não é Otelo.
Theófilo Silva é articulista colaborador da Rádio do Moreno.
 

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