Anúncio foi feito por diretor da polícia; categoria quer 13% de reposição. Quem não retornar ao trabalho a partir das 16h terá ponto cortado, disse.
O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, afirmou que os policiais que não retornarem ao trabalho a partir das 16h desta sexta-feira (25) terão o ponto cortado e que os que se recusarem a registrar ocorrências serão processados nas esferas criminal e administrativa. Os policiais civis do DF estão em greve há mais de 30 dias.
Segundo ele, a acusação será de prevaricação (quando um funcionário deixa de cumprir determinação legal ou retarda sua aplicação). A pena prevista em caso de condenação vai de 3 meses a um ano de detenção.
O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal, Luciano Marinho, avaliou a determinação do governo como "um golpe de pancada" e "perseguição política". Para ele, a tendência da categoria era acatar a ordem judicial.
"A tendência era acatar a decisão judicial, principalmente porque somos policiais. Mas houve perseguição política, porque essa é a polícia que tem feito muito, inclusive contra governos. O imediatismo dessa decisão é difícil porque fomos notificados ontem [quinta-feira, 24]. O rito do movimento sindical é conhecido, precisamos de prazo para nos organizarmos e darmos resposta", avalia Marinho.
Luciano Marinho informou que uma assembleia deve ser realizada entre os policiais na próxima segunda-feira (28) e que existe possibilidade de recorrer da decisão da Justiça.
Onofre Moraes disse que a diretoria da PCDF não irá esperar assembleia da categoria para que os policiais retornem ao trabalho. “Respeitamos as assembleias porque não tínhamos um instrumento legal como temos. Agora, estamos falando sobre ilegalidade, por isso, não vamos esperar a assembleia”, explicou.
O diretor da Polícia Civil afirmou que está decidido a recuperar a imagem da categoria. “Temos que resgatar tudo. Se não for pelo amor, vai pela dor”, disse.
O corte do ponto dos policiais em greve já havia sido anunciado pelo governador Agnelo Queiroz nesta quinta-feira (24). "É o corte de ponto que tem que ser feito rigorosamente. Não posso admitir que uma categoria que tem um salário inicial de R$ 7 mil, a maioria ganha R$ 15 e R$ 20 mil, possa ter uma intransigência brutal dessa" disse Agnelo.
Ainda na tarde desta quinta, a juíza da 8ª Vara Cível de Brasília, Magali Dellape Gomes, manteve a determinação para que o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol) suspendesse a greve iniciada no final de outubro, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A juíza também intimou o Sinpol a comprovar o cumprimento da decisão.
Reivindicações
Entre as reivindicações dos policiais civis do Distrito Federal estão o aumento do quadro de servidores e reposição salarial de 13%. A categoria também pedia reestruturação do plano de carreira e o pagamento de dívidas trabalhistas. O Sinpol estima que existam 200 cargos vagos de agente e 50 de escrivão.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol DF), Ciro de Freitas, o DF tem 4,8 mil policiais, quando o ideal seria o dobro. Freitas disse que um acordo feito com o DF no primeiro semestre, quando houve outra greve, foi cumprido parcialmente, com o pagamento de parte das dívidas trabalhistas.
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