Daniel Tavares desmentiu suas declarações anteriores e diz porque mentiu
Redação Jornal Coletivo http://bit.ly/ssEGdF
O governador Agnelo Queiroz (PT) tem acompanhado perplexo a uma sequência de denúncias contra ele. Hoje, quando resolveu fazer sua própria defesa, surgiu uma nova denúncia, mas não contra ele, mas sim, contra os seus denunciantes. O ex-funcionário da indústria União Química Farmacêutica, Daniel Tavares, em entrevista ao programa Balanço Geral, da Rede Record, decidiu abrir o jogo e contou que foi pago pela deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD) para fazer um vídeo falando mal do governador. Daniel contou que foi procurado pelo irmão da parlamentar, Eduardo Pedrosa, que ofereceu a ele R$ 400 mil, além de uma mesada por um ano. Eduardo é um nome conhecido da Esplanada dos Ministérios, por ter sido citado na máfia das ambulâncias, que recebeu o nome de Operação Sanguessuga.
“Ele me procurou em nome da deputada Eliana Pedrosa. Ele me levou até a casa dele, no Lago Sul, à beira da Terceira Ponte, e me fez uma proposta: por conta dessas denúncias de extratos... de tudo... de pagamento de propina...Então, o que aconteceu foi que falei tudo aquilo que eles queriam ouvir. E todos os pontos colocados foram plantados pelo senhor Eduardo e pela senhora Celina Leão”, afirmou.
Questionado sobre o objetivo da armação, Daniel disse que era o de “prejudicar o governador”. A produção do programa entrou em contato com a assessoria de imprensa das deputadas que negaram as acusações. Eliana Pedrosa informou que vai processar Daniel Tavares. Já Celina disse que apenas foi procurada pelo lobista com as denúncias.
O depoimento de Daniel Tavares vem reforçar o que Agnelo vem dizendo em público, de que está sendo vítima de uma “organização criminosa” quando atribuem a ele denúncias de que recebeu propina quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para Agnelo, a meta das denúncias é “desestabilizar o governo” e possibilitar que um determinado grupo volte ao poder. “O que está acontecendo é uma armação. Estou sendo denunciado por uma organização criminosa que governou Brasília, que continua montando dossiês, pagando testemunhas. É isso que está acontecendo aqui. Não tem absolutamente nada a não ser armação criminosa. E isso, eu tenho certeza, de que na Justiça e na realidade, nós vamos desmascarar”, defendeu-se Agnelo. O desabafo do governador foi hoje, na cerimônia de lançamento do programa Melhor em Casa, serviço domiciliar do SUS, no Palácio do Planalto.
O governador Agnelo tem sido exposto em matérias jornalísticas acusado de receber propina quando ainda era ministro do Esporte, e diretor da Anvisa. Ontem, em sessão na Câmara Legislativa do DF ele foi acusado mais uma vez, só que pela deputada distrital Celina Leão (PSD), de receber R$ 50 mil de propina de Daniel Tavares, ex-funcionário da indústria União Química Farmacêutica. A distrital expôs um recibo de R$ 5 mil, valor que foi transferido para a conta do ex-funcionário Daniel Tavares, quando era diretor da Anvisa. A deputada contou, no Plenário da Casa, que foi procurada há duas semanas por Tavares, que queria denunciar as relações ilícitas entre o governador e a empresa.
Com a proporção das denúncias, Agnelo estranhou a acusação já que Daniel Tavares sempre foi uma pessoa próxima.
Distrital denuncia manobra
O líder do Bloco PT-PRB, na Câmara Legislativa, Chico Vigilante, foi ao plenário da Casa, hoje, para denunciar manobras das deputadas Eliana Pedrosa (PSD) e Celina Leão (PSD), contra o governador Agnelo Ele acusou a oposição de financiar esquema para desestabilizar o governo com falsas denúncias.
Chico Vigilante revelou um esquema sórdido para derrubar o governo que envolvia depoimentos pagos pela oposição afim de acusar o governador de irregularidades. “O meu papel é mostrar que houve uma força montada aqui para desestabilizar o governo”, destacou. Eliana rebateu as acusações e intimou Vigilante a comparecer à polícia. “Convido o deputado para irmos à Polícia Civil, Federal e ao Ministério Público. Eu, mais do que ninguém, quero que isso seja apurado, por que além do governador, isso agora envolve duas integrantes dessa casa”, rebateu Eliana.
Celina também falou no plenário e ressaltou que seus dados estão abertos para investigação, se necessário. “Coloco o sigilo do meu telefone e conta bancária em aberto para quem quiser tirar alguma dúvida”. Chico Vigilante ainda questionou o encontro das duas parlamentares com Daniel em um dia fora da programação da Casa. “O grave disso é que em um domingo duas deputadas se reúnem com uma pessoa em uma casa no Lago Sul para colher depoimento clandestino com finalidade de incriminar o governador de estado”, afirmou o deputado. (Reportagem Willian Farias).
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