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Brasília não pode mais sofrer com a triste história que tomou conta da alma de seu povo e das páginas policiais, durante os últimos governos. Nossas postagens tem compromisso com esse povo e com sua história.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Policiais suspeitos de conspiração e são investigados por alimentar opositores com informações sigilosas


Praças e oficiais da Polícia Militar que ocupam posições estratégicas em células de inteligência na estrutura do Governo do Distrito Federal estão sendo investigados por suposta participação em atividades conspiratórias contra o governador Agnelo Queiroz e integrantes de sua cúpula. Dois inquéritos policiais que correm em sigilo em unidades especiais da Polícia Civil foram abertos para apurar denúncias, coletar documentos e registrar depoimentos que confirmem as atividades consideradas, no mínimo, condenáveis pelo GDF.

Um dos inquéritos, instaurado na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco), apura os
fatos envolvendo o episódio em que o delator Daniel Tavares, ex-funcionário de uma empresa química,
gravou um depoimento na casa da deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD) contra Agnelo Queiroz.

Um dos pontos que chamam a atenção é que Tavares teria sido levado para a casa da distrital por um
tenente-coronel da PM que seria lotado no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop). Tanto Tavares
quanto o militar chegaram juntos em um mesmo carro à casa de Eliana Pedrosa. Da forma mais discreta possível – quando soube do episódio – o comando-geral da corporação exonerou o tenente-coronel. Em seguida, o oficial fez uma viagem internacional com ônus para a corporação. “Toda passagem de comando sempre tem uma solenidade e a mudança no Bavop ocorreu da noite para o dia, sem alarde para não manchar o nome da PM”, contou uma fonte policial.

Eliana Pedrosa confirmou que um alto oficial da PM acompanhou Daniel até sua casa quando a gravação foi feita. “Daniel aparentava estar muito assustado e temendo pela sua vida. Não sei se os dois tinham algum tipo de amizade, mas parece que ambos chegaram em um mesmo carro”, resumiu a distrital.

A reportagem tentou entrar em contato com Tavares, mas as ligações não foram atendidas. (CC)

Arquivos vazados
Divisão Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap) também instaurou
inquérito para apurar o vazamento de arquivos de vídeo e de documentos sigilosos de dentro da Subsecretaria de Inteligência (SI), vinculada à Secretaria de Segurança.

Alguns militares lotados na SI foram ouvidos em termo de declaração na divisão. Um dos depoimentos foi prestado de forma espontânea por um dos integrantes da cúpula do governo. Um dos depoimentos colhidos no inquérito dá conta de que um grupo formado por três tenentes-coronéis teria se reunido para receber todos os documentos vazados da SI e entregá-los a um grupo de opositores ao governo. O encontro teria ocorrido em uma das salas de reuniões do comando-geral da Polícia Militar, no
Setor Policial Sul. Informações apuradas pela reportagem dão conta de que os investigadores da Decap podem pedir a quebra do sigilo da Estação Rádio Base (ERB), torre que fica próxima ao prédio do comando. A intenção seria provar, pelo sinal dos aparelhos celulares dos coronéis que todos – além do militar que foi levar os documentos vazados na SI – estavam juntos na mesma sala.

Integrantes da cúpula do GDF também possuem documentos que comprovam que alguns oficiais lotados em departamentos de inteligência e que deveriam trabalhar para defender as informações do governo, na verdade, se dedicam a alimentar de informações grupos de opositores de Agnelo Queiroz.

Parte dos documentos interceptados diz respeito a uma troca de e-mails utilizando a rede de informações da Secretaria de Segurança. Em uma mensagem, saída da SI, um oficial e um desconhecido discutem
quem assumiria o governo, caso Agnelo sofresse impeachment. (CC)

Saiba mais:

Durante a apuração da matéria publicada hoje, a reportagem do Jornal de Brasília teve acesso exclusivo a um arquivo de áudio em que um capitão da Polícia Militar, identificado na gravação, comenta sobre a participação do tenente-coronel no episódio envolvendo Eliana Pedrosa e Daniel Tavares. No áudio, o capitão, que foi gravado sem perceber, demonstra receio de responder a algum tipo de processo disciplinar em decorrência do episódio político que teve
participação de oficiais da Polícia Militar. (CC)

João Dias no Buriti

Mais uma vez, o policial militar João Dias se envolveu em uma confusão no Palácio do Buriti. Ontem à tarde, o soldado suspeito de desvios de recursos públicos do programa Segundo Tempo, do Ministério dos
Esportes, e preso na Operação Shaolin, da Polícia Federal, tentou ser recebido pelo governador Agnelo Queiroz, mas foi impedido pelos seguranças da sede do governo.

Exaltado com a negativa, Dias acabou contido por policiais militares do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Asa Norte. O militar chegou ao estacionamento do prédio afirmando que queria conversar com
Agnelo sobre a prisão do irmão dele, Luis Carlos de Oliveira Ferreira, na noite de quarta-feira, após ser parado em uma blitz da Polícia Militar, na saída da Vila Denocs, em Sobradinho.

Segundo a PM, Ferreira estava com um revólver calibre .22 todo municiado e mais 13 balas do mesmo calibre. O irmão de Dias não tinha porte de arma. Os PMs ainda encontraram R$ 5,4 mil e alguns
dólares com Ferreira. Exaltado, Dias bradava que a arma encontrada com seu irmão havia sido plantada e que ele havia sido vítima de um golpe. Apesar da confusão firmada na entrada do Buriti, Dias foi para o quartel da PM dirigindo seu próprio veículo, escoltado por viaturas da PM. Esta é a segunda vez em que o
PM é detido em menos de dez dias.

Na semana passada, ele foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) após invadir o Buriti com uma sacola em que ele dizia ter R$ 200 mil. O soldado afirmou que iria entregar o dinheiro ao secretário de Governo, Paulo Tadeu. Segundo Dias, o dinheiro teria sido deixado na casa dele por “emissários do governo” dias antes para que deixasse de fazer denúncias contra o Governo do DF. A polícia acabou apreendendo o dinheiro deixado no Buriti – estimado em R$ 159 mil. O montante foi levado para ser periciado. (CC)

Publicado em: http://www.clicabrasilia.com.br/edicaodigital/pages/20111216-jornal/pdf/21.pdf

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